Uma festa pagã ?

Uma festa pagã ?
O ENGANO EM NOME DO PUDOR E DA FALSA REALIDADE ILUDIDA PELA FÉ !

Carnaval, festa pagã ?

Carnaval, festa pagã?

O sol estava posicionado exatamente na “Era de Áries”. O mais interessante deste fato é: “Isto há 25.800 anos” Surgia os “Equinócios”. Subdivididos por “Solstícios”. Curiosamente seus períodos correspondem exatamente à quantidade de anos citados anteriormente, dos quais vários ciclos se desenvolveram e desenvolvem-se até hoje. Baseado em dados astrofísicos. Calculando o ano: “Ano Uno – A.C”, decorridos 2.600 anos, o sol estaria exatamente na “Era de aquário” No decorrer dos milênios, a sabedoria de ontem, nos ensinaria o que vivemos hipocritamente hoje. Mas, alguém teve a intenção de distorcer os fatos, criaram uma cortina de fumaça para esconder o mau caráter, o pudor falso dos ditos cristão que sacrificaram milhões e milhões de vidas em nome de um “Deus” próprio dos injustos e inconcebíveis.
Viajando no tempo, temos bem aos nossos olhos, ”Dionísio, ou se preferirem, Baco”
O carnaval, uma festa, hoje cristã, que muitos padres e pastores, assim como milhares de outros, lógico, a portas fechadas festejam o “Bacchanalia” ou “Festa em homenagem ao Deus Baco”.
Baco como assim foi intitulado Dionísio, filho de Semele e Júpiter, tinha como esposa Ariandine. Baco, patrono da poesia, extasiava-se com seus ritos. Era conhecido pela sua forma ímpar de acariciar e congratular as energias dos espíritos em um grade rito, o qual exaltava o amor como um todo. Não havia roupas pêra distinguir a qualidade social ou financeira cultural da época, bem, deve-se notar que: “A cultura era geral e sem restrições”. Todos eram detentores dos conhecimentos que ordenavam a convivência harmoniosa entre os deuses. Baco, convivia com mais três adoradoras, Pan, Satyrs e Maenades. Mas... Ariandine era seu único amor.
Um ritual originário dos “Celtas e Drusos”, eternos conhecedores do uso consistente e fértil do solo, sobre tudo da mãe natureza.”Ritos da fertilidade da primavera pagã.” Nesta época, cultuavam a morte do inverno e conclamavam o renascimento da primavera. Nesta que hoje e já há aquela época os cristãos denominavam de “Missa Blasfemiosa”. Tinha início o hoje chamado de: “Carnaval”, nada mais é que: ”Palavra originária do latim: “Carnelevarium” ou seja: ”Eliminação da carne”.Pois bem, baseado em fatos reais, vamos analisar esta realidade. Um povo que vivia da terra, do amor, do espírito e da procriação. Respeitavam e saboreavam o puro integro convívio com a mãe natureza. Bebiam o vinho produzido respeitando as divindades do tempo e seus ciclos, os quais eram propensos a sua desenvoltura mais preciosas. Levando em consideração que: Os abatedouros e supermercados não existiam naquela época, logo, haveria de se ter uma alimentação condizente com as necessidades nutricionais relativas a época do ano. A ocasião era exatamente o rito ao “Deus Baco”. Muito curioso foi o “Epifâneo”, justamente anunciado em 6 de janeiro, hoje conhecido como “Dia de Reis”. Para aguçar mais a curiosidade dos amigos leitores, pergunto uma coisa só a vocês. O que acontecia no dia 6 de janeiro? Era justamente o primeiro dia de comemoração do “Rito da fertilidade”. “Quão interessante existirem três Reis Magos! Como também, anunciar o nascimento de um homem! Ainda mais que gerado em um rito que dizem ser pagão! Muito mais curioso é este homem passar a ser perseguido e crucificado logo após o seu batismo cristão!”
A festa:
Muitas frutas da ocasião, vinho, poesias, musicas, tochas iluminando a noite juntamente a mãe lua, acalentada pelas estrelas, as quais molduravam o semblante do amor. Não havia necessidade de roupas, todos eram exatamente iguais independentes de sexo ou idade. Ao contrário do que dizem os cristãos profanos, “Sim, cristãos vivem a profaneidade da hipocrisia”, o respeito era a máxima do amor. O sexo era o conclamar de adoração à vida e sua perpetuação. Quantas vidas geradas sem o pudor e a prevaricação ou a desvalorização da unicidade da dignidade humana. Não havia “Bacanais” Não como as blasfêmias católicas apregoam até hoje! Havia sim, o medo de eternização do amor aliado a energia suprema da sabedoria universal e transcendente que faria do ser humano inteligente o símbolo da regência da eternidade, assim foram criados dogmas obtusos e alienadores para tornar indigno o próprio ser humano. Quanto às sangrentas matança, dos bodes, sabe-se que: Era a carne predileta dos deuses, e esta que era admitida dentro do preciso ciclo após a idade superada de sua procriação, com o objetivo respeitador de não levar a espécie a extinção. O sangue jorrado do sacrifico animal, voltava a terra como agradecimento pela sua magnitude, retribuir com grandeza e benevolência a matriarca, para produção das sementes que os mantinham vivos e seus filhos e mulheres. Bem como os idosos, enciclopédias vivas da sabedoria armazenada pelos anos de aprendizado. Eram respeitados ao extremo, por isso, congratulados com o título de “Deuses”. Mais curioso ainda e a data de 25 de dezembro.”CELEBRAÇÃO DO MITRA” Meus caros leitores, é de ficar boquiaberto com as aberrações criadas na história humana. “MITRA” capuz, mascara, adereço criado pelos cristãos, bispos e etc... Que era colocado sobre a cabeça para esconder o rosto, principalmente na época das carnificinas impostas pela! “INQUISIÇÃO” Que por sua vez era conhecido como “FINóRIO” o espertalhão, o cara que hoje intitula-se “PAPA” que por mero acaso usa um mitra sobre a cabeça. Este é o Finório que a humanidade venera como um rei. O símbolo da paz.
Voltando ao dia 25 de dezembro, este foi o dia escolhido para o início da caçada para a destruição da união da ”SOBRIEDADE E O REPEITO HUMANO”. Quantas controvérsias, o dia dignificado para o nascimento de Jesus, o filho do ritual do “Deus Baco”. Marcaram um homem da prórpia origem para destruir a origem, como não o fez, foi crucificado e não morreu! Constituiu família vivente até os dias atuais. Jesus só se fez cristão para sobrevivência da sua raiz, da sabedoria e sua essência. Hoje vamos comemorar o carnaval. É muito interessante sabermos o que comemoramos em sua essência verdadeira. Não vivendo o apregoamento sujo das seitas mentirosas e enganosas. O coração deve estar limpo de religião ou credo, sim voltado para si mesmo e seus familiares, amando-se deixando-se amar e lembrando de não ser o carnaval uma festa pagã como nos foi dito e como fomos induzidos a pensar. Existe a magnitude da transcendência universal em sua conexão. Ame, recrie a vida, coma, beba faça amor em nome do amor. Não se deixe dominar pela heresias cristã. Leiam coisas sérias, pesquise, procure sua verdade independente de religião. A natureza está morrendo, o homem está matando, armas de destruição em massa são fabricadas dia após dia com maior intensidade. A miséria e a crise estão batendo em nossas portas. Filhos vendem-se as drogas, matam os pais, roubam os pais, não valorizam o amor, a mulher se vende, se prostitui. A coisa mais grandiosa da sabedoria é a mulher. Conseguiram torná-la um objeto desprezível de uso financeiro e amoral. Hoje, prostituíram a família de uma forma devassadora! Ave Baco! Ave Deusa!
Pensar como tenho a certeza absoluta que o “Rito da fertilização” foi puro e continua sendo, faz renascer em meu coração o conceito mais digno do meu viver!


Mulher.

Do latim Muliere, deusa, infinita...
Tua dignificação foi maculada pela mentira...
Detentora, filha da magia da vida, progenitora...
Tens a dignificação de serdes única ao universo...
Única com o dom de conceber a inteligência que
suplanta a existência humana.
Teus desejos e anseios mais ousados, sagrados,
Contempla a luz. A sabedoria. Reflete Gaya...
Ao se dar ao sexo e ao prazer, não sabes?
Com amor, reacendes a beleza e glorificas a sagração...
Faz-se renascer em teu pensar, aos desejos, os seres
mais dignificados da sabedoria universal,
festejam tua existência, tua excelência.
Não se deixe profanar por finórios laudêmios.
Descubra o fogo da serpente, encontre tua verdade.
Liberte-se junto ao teu homem, viaje ao infinito,
Tens a força de recriar teu destino.
Vais além do tempo.Ignoras a razão...
Tens o dom de desafiar o poder... És o poder!
Na tua essência recriarás o destruído.
Serás a mãe ao reencontro da verdade!
Seja puta, na essência poética lírica.
Use a inteligência e recrie o nosso universo.
Por isso Eva foi expulsa do paraíso!
Eva descobriu a força do homem unido a mulher,
Descobriu que ser puta é o máximo da sagração!
Não existe a carne, existe a luz!
“RECRIE A LUZ MULHER”

Carlos Sant’ Anna

Um amor de puta

Um amor de puta...

Uma mulher!
Uma vagabunda chamada de amor!
Deitado em tuas maneiras ousadas de sedução...
Deixo-me envolver pela volúpia da tua insensatez...
Ouço tua voz clamante, unisonora pelo apelo do desmazelo, folhas da devassidão!
Tuas manias...
Teus desejos, teu ser...
Ouço o piano a sonorizar meu cérebro!
O som da perdição!
Uma taça de veneno para matar minha insensatez do desejo mais canalha...
Tão canalha quanto o teu corpo!
Impõe-se por difícil, mas teus olhos hipnotizam-se ao desvendar os prazeres escondidos domeu sexo. Oculto-o pelas vestes conservadoras do pudor inócuo da tua mundanaiedade promiscua!
Vagabunda tanto quanto vagabundo sou!
Puta quanto puto sou!
Agarro-me a tua prostituição para enfadar minhas taras libidinosas...
Rasga-se de desespero por ter a putidez cravada em tua alma!
Ignoras a sordidez das tuas aventuras carnais por santidade promiscua em nome da tua moralidade imoral!
Taras que a unicidade do impar traz-lhe o desassossego!
És puta santa em nome do amor ao desamor!
Clamas por ti própria na busca útil do inútil!
Teu ser renega inconscientemente a desventura da puritaniedade dos teus apreços...
Mas...
Mais forte que tua inquietude devassa, é minha devassidão anacrônica de te quere!
Puta, vadia, vagabunda que sejas!
Só assim serás a mulher digna de ser amada! Exaltada por ser puta, mas não uma puta qualquer! Uma puta pela excelência de ser puta !
Quando possuo-a sinto-a puta verdadeiramente prostituida pela verdade de ser puta!
Você não mente!
Um dia tentastes fingir, mas tua essência vulgar com glamour de rainha suplantou a vulgaridade de puta plebéia!
Assim, na tua coragem e versatilidade conquistastes um amor sem censurar quem tu és!
Ah! Isto é um puto amor!
Quantos amores vivem a hipocrisia da santidade?Quantas donzelas direitinhas saudosistas pervertem-se no silêncio da covardia!
Quantos cornos que enchem a boca para te difamar!Adormecem em braços da imundice mental da ignorância?
Amo-te desconhecida dos meus pesadelos!
Nunca a vi!
Nasci para te amar e fazer-te por te respeitar pelo que tu és e que tens coragem de ser !
Uma mulher!
Um amor!
Condutas desparidas trazem a intersecção da felicidade promiscua, porém sem hipocrisia!
Quem ama uma puta puta!
Não morre por amar uma puta!
Suas formas, seus seios, seu corpo de puta extasia-me de desejos dos mais puros e sagrados em nome da vida !
És linda, limpa e sincera!
Puta verdade e verdadeira!
Teus olhos reeditam tuas verdades!
Meu coração acasala tua existência sem exigências! Nascestes, vives, morrerás amada e respeitada! Tanto quanto sei que me respeitarás!
Por que?
Por que és puta!
Não és santa!
Por que és mulher e não uma progenitora vulgar que dá a luz a semente do desamor!
Mesmo puta!
És digna por serdes mulher!
Minha deusa das deformidades ambíguas de uma sociedade prostituida pelo conservadorismo mentiroso e fedorento!
Te amo puta!
Um Amor!


Carlos Sant’ Anna

a chapada dos castores

A CHAPADA DOS CASTORES



Bertholdo era jovem, selenita com seus 20 anos, quando aprovado no vestibular de Biologia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Sonhava ser biólogo, sempre vivenciou a possibilidade terna da carreira. Seu viver definia-se em buscar o “Por que”? Filho de família com bons dotes financeiros, nunca havia como encontrar impensílios em suas buscas infindáveis ao desconhecido. Pelo menos na sua concepção. Não foi tão de bom grado o aceite de ter que viver em um lugarejo, como na época era conhecido o Distrito de Seropédica, Município de Itaguaí. Ao bem da verdade, seu pai, proprietário de uma bela faixa de terra em Raiz da Serra, que por obra do acaso lógico restringia-se a Itaguaí. No exato momento, acabara de construir uma bela residência, a qual dedicaria seus eventuais fins de semana, quando Geovana assim o desejasse. Sendo assim, não haveria de haver mais reclamações por parte de Bertholdo quanto ao hospedar-se. Ainda mais, pelo simples fato de ter sido agraciado pelo pai com um “Fusca 1968”, o rapaz andava ansioso para tal conquista.
Juvenal não havia como esconder seu imenso orgulho do filho, por sinal único. Bertholdo por sua vez era abalado repentinamente por crises de isolamento, punha-se a acampar entre rochas, arvores sempre próximo a rios ou na falta, riachos. Não importava o local. Por vezes, o pai, Juvenal, achava-o mais um Eremita chinês, do que propriamente um jovem carioca com apenas 20 anos. Mas, a idade e seus caprichos com a natureza, que não deixavam de passar pelo amor infindo, levaram o velho pai a ignorar estes repentes do rapaz. Resolveu simplesmente ignorar.
Chegara o início do ano letivo. Juvenal e Geovana, sua mãe, haviam-lhe provido um enxoval digno de um futuro Biólogo. Inclusive alguns instrumentos novos, tendo em vista seu curso universitário, tudo meticulosamente planejado. Bertholdo era só contentamento a esta altura dos acontecimentos. Até a distância da universidade fora desconsiderada, apesar de que, no campus, havia um dormitório, bem como refeitório para os futuros bacharéis. Mas Bertholdo imaginava os finais de semanas com namoradas na residência em Raiz da Serra. Sem fala em poder explorar a natureza selvagem que acercava o tal sítio. Sim, pois a casa posicionava-se bem ao centro do terreno que configurava tal propriedade.
O dia tão esperado finalmente estava na plenitude da exatidão. Ao amanhecer Bertholdo despediu-se dos pais e seguiu destino a Universidade. A viagem não era tão longa, mas, no entanto sua compensação seria portentosa. Uma Avenida Brasil, acercada com verdejantes campos, os pastos repletos de gados das mais variadas espécies, o real espetáculo aos olhos ansiosos de Bertholdo. “Diga-se de passagem, nada ao se comparado aos dias atuais.”
Ao chegar a Seropédica, já havia passado por imensas variedades de laboratórios naturais, ou melhor, centros de formação biológica ao longo da estrada Rio São Paulo. “Hoje a antiga! Seguiu a direção da Reitoria, em seguida á administração do Campus. Assim feito toda sua via cruscis, Bertholdo direcionou-se ao refeitório, pois já passavam da quatorze horas e seu estomago estava propenso a íntimas reclamações. Não tão grande qual sua surpresa, foi avistar uma linda jovem e interpelado pela mesma, antes de pensar em apresentar-se, lhe foi incisiva. Morena, olhos meios que rasgados, cabelos esguios de redundante beleza. seu corpo era algo como, uma escultura de sua própria criação. Eunice era seu nome, é Eunice. Parecia uma pândega, Bertholdo não conseguia entender, tornou-se novamente um selenita. Eunice não conseguia imaginar a atitude do rapaz, sentiu-se constrangida, mas inquiriu ao mesmo seu estado, estava perplexa. Bertholdo respondeu que pensava ter morrido, pois tamanha surpresa lhe tomou a mente e o corpo. Depois das formalidades, logo após trocarem sorrisos abundantemente, puseram-se a sentar-se a uma mesa ao refeitório em busca de maiores esclarecimentos sobre suas vidas e carreiras almejadas.
O destino por vez. Escreve com tal sutileza os designos a serem cumpridos que, impossível a um ser humano qualquer tentar dissuadi-lo. Desta exata maneira, tal qual se conheceram vivenciaram a mesma formação, Biólogos, ela, Zoologia, formou-se Zoóloga. Ele apaixonou-se por Orografia, tornou-se Orógrafo. Ambos estavam definitivamente atrelados um ao outro, um pesquisador das montanhas, outra conhecedora dos animais, não obstante pesquisadora.
Neste espaço de tempo, que se pode considerar assim, a desgraça abateu-se duas vezes seguidas a vida de Bertholdo. O primeiro acontecimento desastroso foi à perda da mãe, vítima de um enfarto fulminante. O rapaz queria abandonar a Universidade, Seu pai Juvenal e Eunice. Não lhe deram este favorecimento, até certo ponto foram além dos limites para não aceitar absurda decisão. Dolorosa e muito sacrificada à recuperação do rapaz, durante o período de sofrimento, não mais queria freqüentar a casa em Raiz da Serra. Nos seis meses que se seguiram, duas vezes apenas conseguira visitar o sitio tão adorado.
O tempo teve a sua responsabilidade, juntamente com Eunice, Juvenal e alguns poucos amigos mais íntimos, por fim ao terrível sofrimento do jovem. Tudo começava a voltar ao normal, Bertholdo novamente sorria e estudavam diuturnamente ao lado do seu amor, as coisas tomavam rumo para definitivamente seguir seu curso normal. Foi quando uma Sexta-Feira, após visitar o filho na Universidade Rural, ao retornar ao centro do Rio de Janeiro, Juvenal sofre um acidente gravíssimo na Estrada. Desta vez o Bertholdo não se fez de rogado e enlouqueceu. Foi internado inicialmente no Centro emergencial da Universidade, acometido de um total descontrole emocional. Eunice por sua vez, era órfã, ambos ficaram totalmente alheios ao nosso mundo. Bertholdo só soube da morte do pai três meses depois da sua inicial recuperação. Eunice, foi mais rápida ao se recuperar, só lhe restava uma tia, a qual pagava seus estudos, ou melhor, sustentava sua vida. Foram mais de seis meses de tortura, sofrimentos e dor, isso tudo totalmente ligado ao compromisso de não abandonar tudo e deixar-se enlouquecer.
Tudo foi superado com muitas lamúrias, chegaram à formatura e resolveram casar antes do previsto. Assim continuariam juntos para sempre. E foi como as coisas aconteceram. Uma festa simples na casa em Raiz da serra e o batismo do nome do sito, “A chapada do castor”, com isso uma nova página da vida do casal começaria a ser escrita, desta, com um final feliz, é o que sonhavam.
A casa onde vive o casal Bertholdo e Eunice, está aproximadamente há quinze quilômetros do centro de Itaguaí. Um Lugar onde existe o encanto presente da natureza já não tão bem cultuada, ou melhor, preservada, mesmo assim, seu esplendor não findado, perdura.
Chegar a Chapada do Castor é uma verdadeira caminhada ecológica. As alamedas, caminhos de rara singularidade desde seu início. Moldurados por árvores frondosas e verdejantes. Suas copas repletas de frutos. Os Pica-Paus a restrindular incessantes homenagens à mãe criadora. Casas de Joãos de Barro, silenciosos cuidando do bem estar das crias e prevendo segurança aos familiares, em frondosos eucaliptos, para raios, sempre atentos as mudanças climáticas. Borboletas ainda bailam ao ar descrevendo seu amor ao sol, a brisa, com elas provém o aroma suave das vegetações ainda úmidas após a longa madrugada expostas ao sereno. Agora aquecidas.
O local foi intitulado como “A Chapada dos castores”, por conta de Bertholdo, já que Eunice adquiriu um amor muito especial por eles, “Castor”, tendo recebido um casal com presente de formatura e casamento. Com isso, ao iniciar sua vida de sitiante e pesquisadora, também deu início ao projeto “Castor é amor”. Todos sabem da sua existência. Na chapada, falar em animais, insetos, vegetações e pássaros tornou-se uma lei seria. Crianças já observam e cuidam das espécies em revezamento, acabam fazendo-se veterinários amadores, não tão distantes, fiscais por contingência.
O casal ficou sendo o mais conhecido da região, vão fazendo de suas vidas, uma lição de amor, dedicação e respeito à universalidade do viver. Não existem parâmetros para suas dedicadas realizações e sacrifícios, beneficiar as novas gerações. O objetivo é maior do que tudo. Pela chapada dedicam-se inteiramente, o despertar junto as suas novas raízes, torna-se singular e indescritível!
Grilos cricrilam camuflados à relva em curtas distâncias, misturando-se às alternâncias sonoras. Acaba por tornarem-se músicos, uma orquestra silvestre, regidos pelo fôlego infinito, proporcionam uma sinfonia ecológica tão suave, quão capaz de acariciar os tímpanos dos mais insensíveis predadores. Para chegar a Chapada, as pessoas recebem uma aula de como deveriam ser, o que fazer e como fazer.
Ao lado os sitiantes, longos milharais, quais servem de pouso para os anús saltitantes, espigas a espigas, piam harmoniosamente, sem falar da necessidade da espécie, pois os mesmos alimentam-se de carrapatos. Exaltando o sol e sua plenitude. É realmente uma caminhada capaz de causar o renascimento de princípios já esquecidos há tempo.
Na metrópole, multidões desenfreadas buscam tais objetivos ora não alcançados, degradam-se ferozmente ignorando a própria existência. Não satisfeitos, usam o poder econômico e a falta de instrução dos mais humildes para por fim aos paraísos ecológicos já tão difíceis de manter ou recriar.
Surgem os campos floreados. Os Beija flores em seus vôos rápidos e rasantes com súbitas paradas sugam o pólem das espécies, cuidadosamente escolhidas, por instinto semeam a criação múltipla, prevenindo a extinção tão temida. Seu ciciar tão veloz e objetivo quanto seu vôo, motivo de curiosidade aos visitantes intrusos e desconhecedores, teima em ignorar as sutilezas, das quais originaram sua essência. A procriação!
Durante o percurso, deparamos com criações: Galinha, coelhos, bois, vacas, ovelhas, cavalos, todos convivendo dentro da maior harmonia possível com a natureza arredor. O dono dos céus mergulha com seu grasuar, anunciando, buscar a presa para garantir-lhe a sobrevivência, o Gavião, o predador. Senhor do olhar mais atento e sagaz dos mortais. Parece realmente inatingível, mas, toda sua audácia, sua imponência é ameaçada por um mero Bem te vi. Seu estridular representa uma ameaça ao senhor dos céus. Tamanha velocidade ao atacar insistentemente, seu ímpeto inigualável, afugenta o poder mais respeitado com suas bicadas certeiras, a rapina, o Leão voador, natureza coesa, complexa, harmonicamente dividida. Torna-se difícil entender o desentender dos homens racionais os quais dizem conhecedores da vida. Vida esta que sua própria ignorância causa a destruição. Uma verdadeira utopia. Com o desaparecimento momentâneo do Sr Gavião, eis que surge um bando de marrecos a procura da lagoa mais próxima para subtrair sua sobrevivência, outra sinfonia, o grassitar do bando faz com que os olhos não desviem do céu instante se quer. A lagoa, o ponto mais belo da chapada. Eunice vai três ou quatro vezes ao dia verificar a produção de Carpas, bem como Cascudos, Piabas, Traíras e outros que com o decorrer do tempo e auxílio de alguns amigos da universidade, alguns estagiários ajudaram a separar uma a uma, cada espécie. Um cuidado todo especial com os sapos, rãs, pererecas e muitas outras das quais, anos passaram e não chegou ao final, tamanha infinidade. Ainda havia o que catalogar e preservar. Isto, sem falar no criadouro de Pitús, camarões cinza de água doce, deliciosos por sinal. Juntamente a uma bela dose de aguardente produzida pelo próprio sitiante da localidade.
Assim Bertholdo e Eunice vivem suas vidas profissionalmente e ecológicamente, no sitio construíram um pequeno laboratório que deve ter uns 450 metros quadrados, feliz ou infelizmente, já havia luz elétrica quando se casaram. Mas, mesmo assim à noite, com a lua iluminando suas vidas, sempre ao longo tochas acesas em lugares precisos e estratégicos. Os bacuraus voam a gemer constantes, sua assiduidade avisa ser o dono dos céus, lógico, dividindo com a coruja, que por sua vez com seu chirriar e olhar devassador cuida-se procurando inibir seus predadores, os morcegos não chegam a incomoda, apenas usam se farfalhar para não distanciar-se dos frutos e usando seu sistema de r5adar não esborracharem-se em alguma arvore atrevida. Cuidado especial, somente aos Hematófagos. Mas os criadores sempre conseguem bani-los. Tudo é pesquisas e informações.
Suas vidas e suas intimidades fazem do mundo coisa de cinema, alimentação o banho no riacho ao amanhecer, o sexo, puro ar livre da madrugada, ou aos primeiros raios de sol, desejam-se intensamente, como se, o entrelaçar dos corpos recriassem e renovassem a cura das dores passadas, como se isso ilumina-se-lhes o futuro, como na verdade ilumina. Até hoje vivem uma certa agonia ao olhar tudo construído. Por vezes as lágrimas brotam aos olhos. Lembram-se dos pais, sim, porque os sentia seus pais da mesma forma que Brtholdo. Vivenciam o amor do qual deu origem a casa em que hoje habitam, da sabedoria em prever o futuro com tanta perfeição.
Vida maravilhosa, mas, nem tudo é só poesia. O casal passava por uma grave crise financeira. Não propriamente o casal, pois os mesmos tinham economias suficientes para uma vida cômoda. Mas, sim, relativo ao projeto “Castor é amor”. A cooperação da Universidade Rural foi colocada em questão. Começaram a discutir um subsídio do governo Federal, através do IBAMA, EMATER e outros órgãos governamentais ou não. O projeto era custeado por colaborações e donativos, não havia salários, a coletividade lutava bravamente para manter em funcionamento. Voluntários, crianças, idosos, mulheres. Era realmente um mutirão ecológico muito eficiente. Inclusive pela fiscalização que a cada dia tornava-se mais necessária. As áreas distantes tinham responsáveis que prestavam informações semanais sobre necessidades e acontecimentos. Felizmente as ocorrências eram mínimas. Quando surgia novo loteamento, todos eram comunicados das normas daquela região em especial. Conseguiram inserir restrições ecológicas aos contratos celebrados no intuito de inibir a destruição ambiental. Que comprava um loteamento já estava enquadrado às normas vigentes.
Bertholdo e Eunice, junto a outros sitiantes, moradores, colaboradores e simpatizantes. Criaram no papel o Projeto “Castor é amor”, com projeto em mãos, Partiram à Brasília. A época não era propicia, mas conseguiram seus recursos, embora de pequeno que foi, fundamentou-se na solidificação de hoje: “Reserva Biológica Castor é Amor”.
Assim vivem os castores.
O castor começa a construção da casa cavando um buraco na margem de um lago ou de uma ilha; é sobre esta primeira câmara que são empilhados galhos, musgo e ervas tudo compactado com barro até formar uma estrutura cônica, cuja metade superior fica acima do nível da água; ela é construída no Outono e servirá de refúgio à família durante todo o Inverno, quando a água e os campos estão cobertos com uma camada de gelo; no seu interior os castores estarão fora do alcance dos predadores.Estas construções, feitas de troncos e ramos cimentados com terra, que os castores acamam com as patas posteriores, possuem uma ou várias galerias de acesso todas desembocando debaixo de água; possuem normalmente duas divisões, uma antecâmara usada para secarem o pelo quando chegam e uma câmara maior onde residem, situada acima do nível das enchentes; as paredes têm uma espessura de cerca de 30 cm e o ponto mais alto do abrigo está a um metro acima do nível normal da água; mas como os excrementos são depositados no solo, os castores têm que elevar periodicamente o teto; variável pela mesma razão, o diâmetro tem cerca de 2,5 m; quando, durante uma inundação, a água invade ocasionalmente a câmara de residência, o castor prepara um abrigo provisório sobre o teto do abrigo alagado; no interior das câmaras de residência a temperatura mantêm-se constante graças ao isolamento proporcionado pela abertura superior; o inverno, ao acumular-se sobre o teto, faz subir a temperatura, não se perdendo o calor dos seus habitantes; o número de ocupantes chega a atingir os 14 indivíduos, cobrindo três gerações, o que obriga os jovens a emigrarem aos dois anos de idade.Estas aldeias dos castores formam verdadeiras comunidades e envolvem algumas atividades coletivas; por exemplo, o trabalho de construção e manutenção dos diques que formam as barragens que represam as águas, assegurando um nível constante, é feito por todos; esses diques mantêm as entradas das galerias de acesso sempre submersas e chegam à atingir os 600 metros de comprimento por vários metros de altura; nos locais mais ermos encontram-se diques muito antigos: o naturalista suiço-americano Louis Agassiz descreveu uma dessas construções, coberta por uma camada de turfa com mais de três metros, cuja idade estimou em cerca de 900 anos; salientou que a atividade dos castores ajudou a mudar muito a fisionomia das regiões em que habitava, alterando o fluxo dos rios e transformando torrentes numa sucessão de represas.Os castores são vegetarianos e a maior parte da sua alimentação é constituída por cascas de árvore; é tão habilidoso a cortar madeira que nem chega a deixar nela a marca dos dentes (escolhe árvores com 5 a 20 cm de diâmetro, embora já as tenha cortado com 76 cm; tem uns incisivos extremamente possantes e que se projetam de forma a poderem ser utilizados mesmo com a boca fechada; é deles que o castor se serve para abater árvores com altura e diâmetro enormes; começam por fazer um golpe circular a toda a volta da árvore, o mais alto que conseguem; depois vão aprofundando o corte, até que a árvore caia; no solo desembaraçam-na dos galhos e ramos, que utilizam para a cobertura do abrigo; as partes comestíveis são armazenadas dentro do abrigo para consumo durante a época mais rigorosa do Inverno.O grito do castor, débil e rouco, lembra um gemido humano.Os castores são principalmente noturnos, só sendo vistos de dia ocasionalmente; despertam normalmente ao entardecer.




Nome vulgar: Castor
Classe: Mammalia
Filo: Chordata
Ordem: Rodentia
Sub-ordem: Sciurognathi
Família: Castoridae
Espécie: Castor fiber
Subespécie: Americana (Castor canadensis) e eurasiana (Castor fiber).
Nome científico: Castor fiber canadensis


Fonte pesquisada e meus agradecimentos.
BIBLIOGRAFIA:
"Saúde Animal" -
http://www.saudeanimal.com.br/"Os Animais " Enciclopédia - Editora Bloch - 1872 - Rio de janeiro "Mil Bichos"- Editora Abril - 1975 - São Paulo "Vida Selvagem" - Nova Cultural - 1981- São Paulo "Vida Selvagem - Animais da Savana" - Larousse -Altaya - 1997 - Barsa - 1999"Enciclopédia Disney" - Abril Cultural - 1972"Encarta 99" - Microsoft Encarta 99 Encyclopedia
Assim, com um trabalho que não é de fácil implantação, lógico, o numero de Castores na reserva não passa dos 30, mas o futuro é fundamental. E o amor. Com isso Bertholdo e Eunice vivem no paraíso do trabalho mais gratificante que pode existir. Manter a vida, seu equilíbrio, seu desenvolvimento, sua preservação bem como a assídua duração e conservação. Lógico isto é um sonho de um escrito louco! Mais do que nunca é uma obra da qual alimenta meus sonhos. Sonhar é fazer no seu interior o prazer mesmo abstrato de ser feliz! E construir seu próprio mundo.


Carlos Sant’ Anna

Diva do tempo

DIVA DO TEMPO


Quem é você mulher!
Detentora das palavras doces e francas...
Aceitas uma taça de vinho?
Claro! Suave como a tua voz!
Sutil como teu semblante!
Fale de você! Escutarei atento!

Que bom... A muito precisava...
Mas... Com quem?... Como!
Calma princesa! Vou ouvi-la!
Mais um pouco? Sim aceito!
Por que tremes? Acalme-se!
Tens a noite toda de atenção!

Estás cheirosa! Teu perfume... Um...
Fico louco só de ver-te passar!
Teu caminhar... Teu corpo...
Teus lábios... Teu olhar...
Mal posso olhar-te!
Mas fale! Quero escutar-te!

Não queria estar aqui! Sabias?
Fiquei confuso com o convite!
Fizeste-se ousada. Reconheço...
Mas... Querias estar comigo!
Lógico! Você enlouquece-me! Sabias?
Não fales... Deixe-me beijar-te!

Não... Ah!...Um! Sinto teu poder...
Meu corpo treme! Aperte-me!
Com força! Assim... Ah! Ah!
Quero despi-lo e sugar-te até a alma!
Estou sedenta de posse! Amor!
Possua-me toda, inteira, com força...

Ai!! Faz assim... Sua boca, língua! Ah!!
Deixe-me acariciar tuas pernas...
Vou balbuciar seu desejo mais tarado...
Assim amor meu pegue, assim, não para!
Vou morrer... Deguste-me... Encharque-me...
Deixe-me senti-lo em minha boca! Um! Gostoso amor...

Espera, deixe-me chupá-lo mais um pouco!
Está febril! Ai! Vou virar de costas amor! Vem...
Ah! Gostoso! Abrace-me, mais forte... Assim!
Sinto-me possuida! Quero no ..! Ai amor!
Vem todo meu macho! Agora, assim! Uh!
Isso, assim, sou tua puta, galinha, me transtorne!

Ah! Ah! A muito tempo desejo dar-me ao teu desfrute!
Hoje, sinto-me vadia! Sinto-me mulher! Sinto-me amada!
Dê-me mais uma taça! De vinho?
Não, primeiro do teu amor macho tarado!
Deguste-me toda mais uma vez!
O vinho? Regue-me, sinta-me em teus lábios!

Quem é você mulher?

Carlos Sant’ Anna


lágrimas e palavras

LÁGRIMAS E PALAVRAS...

Por que choras? O que tens?
Teu coração está dilacerado?
Entendas! Não tanto quanto o meu!
Sofres? Sofremos...

A dor corrói o peito...
Cala a alma, fervilha o coração!
Ah! Quanto amor em vão!
Não! Como ousas?

Vivo por te amar!
Amo-te para viver!
Vivo para te amar!
Morro para ter-te...

Ignorastes nossas vidas!
Suplantastes teu destino!
Desarrumastes meu viver!
Vives ou vais morrer?

Tua litúrgica insensatez!
Tua impávida insensatez!
Morrestes?
Aprendas a viver!

Carlos Sant’ Anna

Meu mundo, uma vida

MEU MUNDO, UMA VIDA...



Carlos Sant’ Anna


Uma estrada longa e repleta de verdades.
Caminhos de uma saudade, eternidade.
Trilhas por onde andei e andarei.
Lembro-me das frondosas e majestosas.
Sinto o aroma, o perfume, das acácias.
Ainda ouço, o tritinar dos grilos, o grasnar do guará.

Hoje, olho em volta, sinto sua ausência.
Vejo, as borboletas bailando, chorando.
Saudosas tanto quanto a floresta, a vida.
Falta-me ouvir teu caminhar macio entre brumas.
Teu caminhar acaricia as relvas, as folhas mortas
estendidas vivificam em tua homenagem.

Ah! O amanhecer... Esplendor do renascimento.
Acordávamos, observávamos seu surgir belo no horizonte,
ainda com brumas do nosso amor...
Estonteavam nossas mentes, reviventes do amor...
A lua, empalidecida, testemunha da noite amor.
Ah!... Saudade, o café, seu carinho, seu cheiro.

O riacho onde banhávamo-nos amando...
A roupa estirada à grama, pintassilgos cortesões...
A brisa suave acariciando sua pele, beijando-a...
Seus cabelos esvoaçantes acalentavam meu corpo.
O cheiro doce do ar misturava-se a tua essência...
Ah!... Saudade dos quitutes no fogão a lenha, o torresmo!

Enfim, tudo se foi, partiu, vivo saudoso, lamúrias...
A injustiça injusta do injustiçado, ah meu amor...
Quantas saudades... Nunca mais a terei em abraços...
As flores insistem em viver, encabrunhadas, vivem...
As borboletas pousam a tua procura...
Aos grilos falta o tritinar...

A lua senil posta à chama... O sol saudoso à súplica...
Meu corpo o desmazelo da ausência...
Ah... Meu amor...
Pudera enfeitiçar o destino, enganar a morte, ver-te outra vez...
Poder enlaçar-te em braços amante e saudoso do teu ser...
Ah!... Meu mundo, uma vida, amor, querida...

Meu mundo, uma vida!


Seis de Janeiro _ _ _ _ !



Uma criança caminhando para adolescência...
A vida menino e bola, colégio e prazer...
Uma vida à frente, um futuro, um sonho...
Um ancião, o ídolo, o espelho do amanhã!
O amor duplo supera a paternidade...
O amigo leal das horas de dúvida!

Um herói de 63 anos de vida sofrida...
A lição foi digerida com sapiência, resignação...
Mentor da minha vida. A referência do meu ser...
A anciã, carinhos, beijos, quitutes, paparicos...
Avós da eternidade, ainda habitam meu coração...
Quantos sonhos e anseios... Meu futuro, vida!

O alicerce sólido do contentamento e segurança.
Vida! Nefasta cruel, até indigna... Digna?
Seis de Janeiro, o sonho se desfaz...
Dois anos de convalescência, uma esperança...
Voltarás a caminhar comigo vovô? Claro filho!
A promessa mentirosa, verdadeira. E continua...

Seis de Janeiro, 14:30, o mundo parou...
O sol deixou de brilhar, restou à dor, o silêncio...
Obtuso e cruel! Ah! A dor mais dolorosa da dor...
O corpo não mais lhe pertencia... A luz pariu!
Com ela, parte das alegrias juvenis...
Anciã, à morte de dor covarde e cruel...

Olhava a escuridão perpétua da existência...
Como viveria sem aquele amor, conselhos?
O sorriso acalentador do meu viver...
Como sentar à mesa para o jantar?
Ao jazigo, a última vez o sorriso brilhou...
Morreu? Está vivo em meu eterno ser...

Bem como minha anciã, detentora anos a fio.
Meu sofrer doentio, incompreendido!
Meu porto seguro, suplantando a falta sentida...
Redobrava a atenção para enganar minha dor...
Esvaia-se em ternura para ofertar-me a cura...
Duplicou o amor, fazia-se mãe, avó e avô...

Orfão de pais vivos... O tal amor...
Anciã mãe da eternidade, a avó...
Anos de alegria... A vida roubou a vida...
O passado se fez presente... Outorgado pelo adeus...
A morte cruel egoísta, golpista, cruel...
Quase me furtou o viver! Mas revivi!

Hoje, escrevo a vida, a luz me acerca...
Anciões guiam meu viver, o amor eterno?
Habita meu ser... As palavras fluem cheirosas...
As rosas florescem meu pesar... Ah! Amar...
Deveras antagônico. Supremo à existência...
Seis de Janeiro... A luz jaz em meu peito!

Carlos Sant’ Anna

OLHAR !

Quando a vejo...
O corpo treme.
Delírio e desejo!
Procuro teu beijo...

Certo errado, paixão emoção!
Afã do tesão!
Agonizo teu ser!
Deslumbro saber.


Olhar ! ...
Curiosa você!
A luz... Querer...
Querer e querer!

O olhar... O odor...
Vôo desejo, te ter...
Querer e querer!
Anseio me dar...

Insano sonhar!
Desejo, loucura!
Amar!

Gosto mulher!

Viver, amar...
Beijar sua vida...
Viver e amar!
Flutuar em sua essência...


...Eternizando teu amor!
Amar! Amar!
Quando a vejo...
Olhar...

MORIBUNDOS SEM ALMAS




Ao caminhar pelas estreitas e escuras
vielas da cidade perdida, olho para as
calçadas, sinto o cheiro dos mortos vivos.
Jogados ao tempo, seus cobertores
fedorentos,a fogueira ardendo, o vício
letal percorre sua narinas instalando-se
em seus cérebros. Ou o que restou deles.
Pedintes anônimos, agressivos passivos.

Moribundos sem almas, a vida absorvendo
a morte, a morte viva, rumo a lobotomia
total. Mães com crianças ao colo, o crack
rodando de mão em mão.
Bebados, enfurecidos pelo poder da
droga. Aquela que dominou suas vidas,
destrói os seus filhos, contaminou,
exterminou a luz que outrora os faziam viver.

São Médicos, engenheiros, escritores anônimos,
adolescentes, crianças, mães, pais, estudantes.
O poder institucionalizou a degradação da mente,
da família, do amor próprio, da vida.
O poder é cúmplice do genocídio legalizado pela
omissão, pelo desrespeito ao ser humano,
E será que ainda existe ser humano?
O humano desumano do viver.

A miséria de viver nas ruas, amontoados em
pilhas humanas como cadáveres da segunda grande guerra.
Pilhas que constrangem o frio e o direito de viver.
Ah1 Esta loucura faz doer à alma, corrói o peito,
Quanta indignidade, quantos governantes fétidos.
Para eles só o dinheiro importa, fecharam as portas,
Escondem a sujeira embaixo dos seus tapetes do cinismo.
Vivem da desgraça dos desgraçados pelo seu sistema.

Caminhamos com passos largos para o desterro da
coinsciencia, para o holocausto da sociedade.
Temos nossas parcelas de culpas. Fomos omissos.
Elegemos políticos profissionais para governar nosso povo.
Outorgamo-lhes o gerenciamento dos nossos destinos.
Hoje pagamos um preço muito caro pela falta de cultura.
Pela ignorância, pelo desmazelo, pela covardia, pela
omissão. Amanhã poderá ser nossos filhos, quem sabe?


Moribundos sem alma, flagelo da integridade. quanta
querência do não querer, quanto prazer de ver o sofrer.
O orgasmo em apontar erros com os pés atolados na lama
da insanidade, da cumplicidade imbecil. Nada justifica assistir
um irmão humano tornar-se um vegetal, um moribundo sem alma.
Todos somos cúmplices dessa vergonha, somos omissos, egoístas.
temos nossos lares, trabalho, saúde, mas...Temos também a arte de
ignorar a realidade, sem responsabilidades, somos um País?

Moribundos sem alma...





Carlos Sant'Anna

O SONO DO AMOR




No teu colo adormeço, embalado por teu afeto.
Teu zelo, o meu contentamento, enleva-me, amor...
Noites imaculada pela lua traduz o prazer...
Beijar-te a boca, acariciar-te os seios, abraçar-te...
Jogar-te-ei ao desespero da tua existência...
Encharcar-te-ei de amor, tuas entranhas, afogar-se-á!

O delírio lírico do teu prazer poetisa meu viver.
Faço-te, desfaço-te, açoito-te por serdes, tu és!...
É o engonço de nossas vidas, enleio do ser...
Suspiro ao ter-te em braços amante...
Enlouqueço-te ao bolinar teus lábios meus linguandos-o...
Eternizo-te com a estocidade, no afã meu ter-te nua...

Oh! Glamour do resplandecer! Altivez da tua existência...
Encerro-te ao debulhar-te os sentidos musa vivente...
Amar-te-ei introspectivamente por tua sensatez...
Fêmea faminta, insaciavelmente redita, amavia...
Transcendo-te ao alcovitar-te em teus lençóis de brumas...
Teu colo eternizar-me-á após amanhecer!...


Carlos Sant' Anna

A intriga

A INTRIGA ...



Uma manicura bonita, morena de olhos negros, nariz arrebitado, cabelos vermelhos e corpo muito bem esculpido. Trabalhava certo dia no salão da dona Raquel, quando recebeu a sua mais nova cliente, tinha a mania de falar um pouco além da conta. Era a esposa de João Tinhoso, Maria machado, mal podia conter a língua felina, uma mulher de gênio aguçado, tudo acabava em pancadaria. As duas começaram a conversar, Maria observava atentamente as palavras de “Lucia vai e vem”, é como era conhecida no bairro, mas uma profissional de grande qualidade. Lá pelas tantas, Lucia comentou com Maria que: João Tinhoso tinha um grande amor secreto, pediu que não falasse nada, observasse e veria que não estava mentindo, amava Tininha da Viela. Para sua maior falta de sorte, não imaginava seu erro ao falar com Maria sobre a tal mulher, era a irmã do Manoel matador, o cara tem três irmãos, ela e dois viciados e um filho safado, trambiqueiro, mas professor de história, casado com a prima da Maria Machado. Maria perguntou a Lucia se ela não estava enganada, podia ser outro João, mas Lucia afirmou com a maior convicção! Não é o João sim. Maria limitou-se a calar, terminada a pintura das unhas, logo partiu em direção a tendinha do Moraes, tomou uma cerveja. Mas estava fula de ódio, não sabia que mais lhe indignava, João, Lucia ou Tininha. Acabada a cerveja, mais clama, desejava ir em direção a sua casa, mas...Paou e pensou em como resolveria esta situação. “Há, antes de sair da tendinha, pediu a Moraes para fazer um angu com bofe e colocar uma caixa de cerveja a mais no gelo, pois mais tarde iria reunir uns amigos para conversar.” Moraes foi afirmativo e disse-lhe para não se preocupar. Maria chegou em casa cantarolando como se nada tivesse acontecido. Mas na rua, o burburinho começou a rolar de boca em boca!
Manoel acabara de chegar da cidade onde foi resolver uma questão do Gervásio, seu filho 171, não estava lá muito satisfeito com o que acontecera com o homem truteiro, mais dividas pagas para manter o filho ileso às acusações penais. Foi quando recebeu a notícia. Caiu como um torpedo na cabeça de Manoel, ele chegava a tremer do ódio, a maleita tomava seu corpo fervorosamente, seguiu em direção à casa de Tininha, entrou e foi logo falando. “Tenho dois irmãos viciado, um filho 171, agora uma irmã PUTA ! assim é demais para mim, ainda transar as escondidas com o João Tinhoso, meu amigo a mais de 20 anos, e agora, e a Maria? Como vou olhar para eles? Com que cara eu vou andar aqui na comunidade? Você não passa de relis prostituta, mulherzinha vulgar, por isso te chamam de Tininha da viela! Tininha teve um ataque de raiva! Você tá maluco ou bebeu muita cachaça? Sabe que namoro o Barata a mais de dois anos e que nunca traí o cara, e se traísse, não seria com o João, sabes que tenho o maior respeito com ele e a mulher! Isso é obra de algum fofoqueiro que não tem o que fazer! Tininha chorou de ódio, estava roxa de indignação, foi falar com o Barata!
A esta altura do campeonato estava tudo virando um trê lê lê dos inferno.
Manoel foi até a tendinha pediu uma cachaça e uma cerveja, mal começou a beber chegou o João! Ele cumprimentou Manoel como se nada tivesse acontecido, a bem da verdade Maria não lhe confidenciara nada, Manoel então brincou sério com João: “Agora gostas de comer franguinha de 22 anos não é?” João levou na brincadeira respondeu que não era maluco e que amava Maria e nunca faria isso, ainda mais na redondeza, mas era homem como ele e lá na zona sul poderia até ser, ninguém é de ferro!

E deu um belo sorriso. Mas Manoel foi incisivo!
Já sabes das novidades?
O que?
Tá debochando da minha cara João?
Tá me tirando como otário depois de velho, mais de 20 anos de amizade e me fazendo de babaca?
Você anda comendo minha irmã e me diz com a cara mais lavada do mundo que não sabe?
João se esparramou, dizendo que Manoel tinha bebido demais, que estava louco e iria provar esta mentira!
Saiu sem falar mais nada, foi em casa e chamou Maria que o acompanhou até a tendinha do Moraes. Lá chegando, falou com Manoel e pediu que ele chamasse Tininha, que por sua vez trouxe o “Barata”. O namorado. Maria trazia uma pequena bolsa de mão escondida dentro do sutiã, só aparecia aponta do utensílio. Perguntou ao Moraes se o angu estava pronto, ele respondeu afirmativamente. Maria mandou um menino de recados convidar Lúcia para comer um angu e beber umas cervejas.
Enquanto Lúcia não chegava, Maria pediu ao Moraes um vidro de pimenta, daquela satânica, Moraes murmurou baixinho, “Isso vai dar merda”, Pediu uma cadeira também! Tudo pronto. Chegou Lucia! Quando avistou todos à sua frente, sorriu e cumprimentou todos meio que sem graça, mas sentou-se. Maria toda risonha, foi servindo os pratos e João sem entender nada, servia cervejas aos convidados. Maria ardilosamente adentrou ao balcão e foi à cozinha servir o prato de Lúcia.
Mas... O fundo do prato foi cheio da pimenta satânica de Moraes, tudo foi misturado com perfeição e coberto com o molho do angu. Maria serviu a manicura com sublime delicadeza!
Quando Lucia começou a comer, engasgou-se.
Maria cínicamente perguntou o que estava acontecendo, recebeu em resposta um sorriso com os olhos marejados de lágrima, Lúcia quase que tossindo com o rosto bem avermelhado, à pimenta tá muito forte! Era a hora! Maria falou bem emputecida, olhando firme para Lúcia disse!
Coma esta porra toda, e não vai beber agora não! Não demora porque o angu vai esfriar!
E frio é uma merda!
Todos se entreolharam meios que ensbabacados, mas... Logo viram suas respostas estampada no rosto febril de Maria. Foi uma tamanha confusão, todos falavam ao mesmo tempo.
Maria Gritou!
Para porra!
Deixa eu falar!
Olhou para Lúcia e disse: E você come logo esta porra!
E começou a falar às coisas que a manicura havia lhe confidenciado pela manhã!
Em silêncio ouviram atentamente sua narrativa. Quando acabou queriam dar umas porradas em Lúcia, Manoel queria cortar a Língua da manicura, João queria despi-la e expulsa-la para rua, Tininha desejava passar a navalha no rosto de Lúcia para ela nunca mais esquecer! Barata só ria com ar de idiota.”Talvez corno.”
Maria limitava-se a ouvir, pediu calma a todos. Lucia engoliu o pior angu da sua vida e por sinal, gostava muito da comida.

Maria olhou para a mulher e disse!
Você há de cagar sangue por 3 dias até ficar fraca e sem força para falar sua fofoqueira de merda!
Agora vamos acaba com isso de uma vez por todas. Lucia entrou em pânico, não imaginava o que ia acontecer, as pernas tremiam, já estava toda urinada, a poça ao chão não deixava dúvidas. Foi aí que Maria abriu a bolsa de mão e tirou uma tesoura! Pediu a Tininha da viela que segurasse firme a manicura e começou à cortar-lhe os cabelos. Lúcia relutou, mas, foi inútil. O cabelo da manicura aos poucos desaparecia, as lágrimas rolavam ao resto, seus lábios tremiam. Pobre Lúcia. Quando tudo parecia ter fim, Maria pediu um aparelho descartável de barbear e com ele raspou até o último fio restante, depois sacou de um tubo de tinta vermelha, passou sobre a cabeça de Lúcia até cobri-la totalmente. Lúcia parecia estar morta.
Maria olhou, sorriu sarcásticamente e disse!
Desapareça da minha frente sua fofoqueirazinha de merda!
Todos riram muito e beberam até tarde, depois foram dormir aliviados.
“Fala demais, só fala besteira. Perdeu a grande chance de ficar calada!”

Carlos Sant’ Anna




FOME






O solo, fruto mãe
Vida farta, escasso.
Fome asno reluzente.
Vagabundade faminta.
Criança, adulto extinto.

Fétida, lixeira da esperança.

Refeição salvadora, opção do nada.
Revira sacolas, prato à mão.
Pés ao chão, frio, fome.
Fome, a desgraçada engraçada,

A lixeira da vida, a redenção.
O vomito da insensatez.

Fome, sexagenária ao dissabor.
Infantil desapreço, a revolta,
Crack, diabo do Deus diabólico.
Sandices da ignorância.
Infância morta, amanhã...
A fome da intolerância.


O fuzil, o lápis da juventude,

A munição, a puta pariu,
O certo, concerne o idiota.
O filho, a fome engoliu.
Fome, lixo, solo, vida...

Filho da pátria fedida.


Carlos Sant'Anna

PENHASCO DOS DESEJOS



Uma escultura em meio ao oceano.
O penhasco dos desejos. Um sonho!
Um plano, um anseio, um amor!
A solidez profunda do inabalável!
A meditação sutil do ser, ou não.
Milhões de anos, ali imóvel.
Quanto viveu, vive, viu e aprendeu!
Penhasco dos desejos. A solidão.
Por vezes tirou vidas...
Sua energia atrai o desejo da conquista.
O preço caro da vitória, ambição.
A conquista final, Inatingível!
O ciumento oceano o abarca!
Sua revolta protetora o isola...
A vida trai a vida!
O penhasco dos desejos.
Permanece virgem, assim como nasceu!
Nunca conquistado, amado ou odiado!
Sua pureza causa morte, amor!
O desejo de possuir traz a ânsia.
Com ela os erros. A morte viva.
O penhasco dos desejos...
O eremita da eterna meditação!
Fonte sábia da razão.
A fonte da eternidade. A verdade!
Nunca será conquistado. Dominado.
A magnitude dos desejos desconhecidos...
Seu verde é mais verde!
O sol o acalenta, a lua o respeita!
A Deusa o conclama! Netuno o abençoa!
O mar lhe mantém a vida.
O penhasco dos desejos... A vida!


Carlos Sant'Anna




TARADA OU MULHER ?



Um olhar safado.
Corpo sedutor...
Uma vida de desejos libidinosos...
O deleitar com carícias íntimas.
Solitária...
A mente vagueia no mundo do prazer!

Cada pedaço, cada sutileza.
A cada perfeição... Loucura...
Imaginação de ser possuída!
Febre, sede de homem...
O querer maior que à vida!
Penetrada, invadida...

Suas entranhas choram à saudade!
Mãos acariciam sua alma...
O sabor do beijo, sua pele!
Sua pele goteja cheiro de prazer!
Sente a língua percorrendo...
O corpo treme à alma clama!

Sente mordiscando o impávido...
O predador do seu viver...
A carne oscila, à respiração ofega!
Sonha ser a montaria do prazer!
Sente o cheiro! A barba roçando à nuca!
Mãos puxam seus cabelos iniciando o coito...

Arregaçada pela invasão, sente o desejo!
Sente o volume invasor... Ardente, maciço!
O corpo delira, ah... Serpente invasora...
A boca busca o beijo, as unhas cravam o lençol!
Tarada, louca, mulher, orgasmos, mais...
Possuída pelo desejo da morte viva!

Olha! Sente o membro possuidor...
A loucura é eminente...
Os movimentos aceleram. ..

Geme, grita! Chora o pecado gostoso!
O corpo amolece...

Os músculos relaxam...
A vida passa em sua mente!

O odor do prazer no ar!
Tarada ou mulher?
Amor ou loucura?
Sanidade insana!
Luxúria ou vida?
Puta ou santa? Mulher!

A liberdade do ser!
A liberdade, ser mulher!
Liberdade, se amar! Dar!
Liberdade, se deixar possuir!
Liberdade, orgasmo, tara!
Tarada ou mulher?

Não importa!
Viver! Gozar! Amar!
Ser feliz! Puta ou santa!
Não importa!
Viver! Viver! Viver!
Tarada ou mulher?



Carlos Sant'Anna

PROFANO, PAGÃO E PRAZEROSO.



Por tudo que mais desejo.
Envolto em carícias,
beijos...
Enlouqueço...
A vida como um relâmpago,
isso assusta ! Ah! Sonhos...

O ontem é o amanhã,
Amanhã o infinito...
Devaneios são assim!
Deveras abstratos, desnudam.
Essência, estado febril...
Insano prazer!

Essência de amor!
O toque, tara !
Impossível evitar o canibalismo erótico!
Mastigar sua maciez safada, tarada...
Hora prostituta. Desejo insano!
Na cama, berço do paganismo, altar do prazer!

Possuir você é estar além da loucura!
Transcende abstrações, o concreto...
Degustar você, viver à paz do universo!
Acalentar as estrelas, beijar a lua.
Aquecer o sol, incendiar o oceano.
Secar à fonte ...

Corro desnudo pelos campos lúdicos do pensamento...
As tardes lindas de outono, beleza mágica!
Meditar, mundo amor, um desejo voraz !
Suplanta à razão !
Obsessão, o tesão, o intrépido desejo, gozar ...
Embebedar seu espírito com esperma, perdição...

Deuses nos selaram, resgate, o vazio...
Viver sem amor, não existir!
Alma dentro da alma, desejo dentro do desejo.
Pensamento de um, realização do outro !
O prazer de um, à loucura do outro!
Não existe outro! Cumplicidade!

Profana, bandida, maluca, amada, querida...
Seu prazer, êxtase da vida!
Profano, pagão, prazeroso...
Culto ao sexo, profundo, louco...
Prostitutos fiéis, pecados carnais...
Profano, pagão, prazeroso...


É grande o tesão,
Sexo insano ! Coma, engula tudo...
Vou gozar, gozar, amar...
Beijar, gozar, tarar ...
Degustar seu útero, sexo ...
...Prazer possuir...


Insano tesão...
Profano, pagão, prazeroso!

Carlos Sant'Anna




FASCÍNIO OU OBSESSÃO




Fascínio ou obsessão...
Olhar para sutileza, perfeição...
Pousada, ao longo,sonhos
devassos, desejosos, saborosos...
Uma abstração concreta...
Manuseios com pensamentos...

Debruçada, pura sensualidade...
Fios de ouros escorridos ao longo...
Dorso, delineando o desejo!
Pousada, deleite da imaginação...
Seu sorriso nefasto, sedutor, covarde...
Pura ambigüidade!

Fascínio ou obsessão?
Tesão! Tesão louco de querer!
Sua essência... Meu pesadelo!
Sua nudez, minha obsessão
Obsessão de querer...
Fascínio... Meu etéreo prazer!

Fascínio ou obsessão?
Como diferir uma emoção?
Paixão, loucura,tesão...
Não! Obstinação!
Obstinado ao sonho pagão!
A posse na luz da escuridão!

Fascínio ou obsessão?
Indecifrável...
Insana emoção...
Insanidade da posse!
Insanidade mágica do ser!
Insana obsessão!

Fascínio ou obsessão?
Não importa!
Vou abrir a porta da emoção!
Invadir à imensidão!
Esvair de tesão! Paixão!

Que importa?
Arrombo à porta!
Tesão, amor, paixão...
Fascínio ou obsessão?
... Então?...

Carlos Sant'Anna

IMAGINAÇÕES & SALIÊNCIAS...


Prelúdio de amor...
Sexo ... Assim gostoso ...
Tarado ... Pegajoso ...
Auge de amar...
Luz do pecado sacana !
Puta insana !

Uma inundação de saliências...
A perversão fervilha...
Sobe pelas coxas, chaga à ...
Treme , balança, transpira...
O odor do tesão embebeda, excita !
Mordo seu ventre, bolino sua ânsia ...

Na ânsia do gozo, choras ...
Seu grito calado safado tarado ...
Mergulha no infinito prazer ...
Gemido do coito anal, animal ...
Súplicas, loucuras, roça se enrosca ...
Os sinos dobram, à carne treme !

Treme no orgasmo senil,
Mastiga o prazer impávido ...
A loucura ilumina seu querer...
Ah ! Gostosa, vadia ! ...
Te viro de costas ...
Do jeito que gosta ...

Goza! Implora prazer ...
Seu deleitar doentio ...
Doente de orgia ...
Das delícias sacana ...
Louca porradas, gana...
Deitada puta sacana !

O dia vem, à noite se vai...
Amanhece, você adormece...
O sono profano da vida mundana...
Profano, pagão como nós dois...
Paganismo do eterno amor !
Amor pagão saboroso, ardoroso, gostoso !

Desejo de te ver pousar...
Tesão de sentir seu desejo atrevido !
Tesão de te penetrar, deleitar...
Tesão sofrido, pedindo, implorando...
Sorrindo, berrando, chorando, uivando !
Loba no cio ... Uivando, remexendo, gozando !

Inundada da seiva da vida de amor...
Saciada, extasiada, possuída , aturdida !
Revira os olhos, Uh ! Comida !
Revivendo o pecado da vida !
Pastosa do gozo , do suor, do prazer !
Revigora o zelo de nos ter...

Restou à mundana caída !
Morta, fraca, desnuda...
Resgate da própria vida,
reviver o amor , puro fulgor...
Recomeça o deguste perfeito ...
A causa e o efeito ...

Saliências, bandida, querida !
Imaginação & Saliências ...
Tu és minha mundana,
Tu és minha vida !
Tu és sexo vadio !
Tu és à morte viva !

Imaginação & Saliências

Carlos Sant'Anna





QUEM ÉS TU ?




Quem és tu, ó mulher?
Tu fostes à meretriz.
Causas da minha sensatez.
Indignificastes meus sentimentos.
Apunhalastes minhas verdades.
Assassinastes meus sonhos.

Hoje vives o silêncio das tuas falcatruas.
Dormes ao peito do teu verdadeiro amor!
Escusa-se por tuas adequações indignas.
Sinto-me infiel aos meus mais honestos sentimentos.
Desamar-te-ei em minha mente à tua hipocrisia!
Viverás o desafeto das tuas inverdades, mentiras e covardia.

Tu és semente da tua devassa ingratidão.
Cumplice dos teus temores descabidos.
Usastes minha vida, fostes ao encontro das tuas verdades,
fantasmagóricas ou simples convicções.
Usastes minha vida como cura dos teus desafetos,
desventuras ou desalentos.

Vingas-te-se, de maneira vulgar!
Ignorastes minhas razões, amaste-me?
Iludir-me–ei em acalentar tua existência.
Traíste-me com tua frigidez!
Viverás o vulto obscuro da tua insensatez!
Refiro-me ao teu silêncio com meu pesar!

No sentir-se amada, ignorastes a consciência.
Junto à consciência, o abandono!
Ousastes pela tua idolatria fugaz!
Desreispeitastes são sentimentos!
Hás de sentir corroer o fel da hipocrisia.
Saborearás rancores e frieza.

Vá mulher, serás feliz!
Verás o vulto da tua incompetência.
Hás de chorar teu próprio desapreço!
Vivenciarás!
Sangrarás pelo teu zelo vulgar!
Brincastes com a vida.


Desintegrastes uma existência!
Hora, sobrará o irreconhecimento!
Prostituístes a razão!
Magoastes o merecimento!
Inundastes-te de dubiedades. Leviana.
Tu fostes por convicção e opção!

Tu fostes covarde, ansiastes a vingança!
Sinto-me idiota por te amar!
Quem és tu? Mulher, mulher ou mundana?
Quem és tu, ó indigna!
Saciastes teus anseios à custa de desilusões!
“Hoje, vives à margem da tua covardia”

Quem és tu, ó mulher?
Quantos a possuem?
Quantas tu és?
Amarguras, presenteaste-me com a dor!
Verdades, ignorastes a razão, tens coração?
Mulher, senhora das inverdades!

Quem és tu ?


Carlos Sant'Anna